O Autorama, uma paixão

By J. A da Silva Ramos

Este livro retrata algumas das lembranças que tenho sobre minha vida em geral, sobre a vida esportiva no slot car e no tiro ao alvo.
Elas vão desde os primórdios da própria vida até a prática do autorama, terminando com relativamente recentes acontecimentos.
Alguns vão gostar de se ver retratados aqui; outros, nem tanto. A crítica nem sempre agrada.
De qualquer forma são as minhas lembranças.
Pode ser que de vez em quando a memória tenha me traído e os fatos estejam um pouco diferentes, face o tempo decorrido entre os acontecimentos e este livro.
Achei fotos e recortes de jornais antigos e apostei nesse material como o grande fator de lembrança dos acontecimentos
. Uma foto fala mais do que as palavras.
Muita gente vai se ver nas fotos deste livro, algumas realmente antigas.
Meus agradecimentos àqueles que colaboraram efetivamente com suas
próprias memórias em apoio a este Livro.
Em especial ao Alfonso Mancebo - uma das memórias do autorama - ao Pedro Silva Ramos, meu filho, cuja atuação no autorama é motivo de orgulho e a outros tantos.
Muito obrigado.

ET: A edição original deste não continha tantas fotos nem dados sobre minha vida pessoal, mas revendo tudo o que aconteceu, aproveitei para refazê-lo permitindo que outros possam se deleitar com tantas histórias de uma vida repleta de acontecimentos. Acrescentei ainda um Apêndice com mais material que encontrei.

 

Nº Registro 296.844 – Livro 539  fls. 4, em 26 de agosto de 2003

O início da vida

Tudo começou há muitos e muitos anos. Eu era um rapaz como muitos outros. Classe média, morava em Botafogo. Meus pais moravam numa grande casa no Largo dos Leões que aliás se chamava Largo dos Leões porque na porta da casa onde eu nasci, haviam dois grandes leões de pedra e numa das praças em frente havia um terceiro leão de pedra, daí o local se chamar Largo dos Leões.

A casa onde nasci e morei era histórica pois ali se realizaram reuniões objetivando a fundação da Academia Brasileira de Letras, pelo meu avô, José Júlio da Silva Ramos, então professor do Colégio Pedro II e autor de várias obras, dentre elas "Pela vida afora".

O mesmo quanto ao Botafogo de Futebol, Clube que teve sua fundação naquela casa, pelo meu tio, Flávio da Silva Ramos. Anos depois, em 1942, o Botafogo de Futebol se fundiu com o Botafogo de Regatas, tornando o Clube que hoje conhecemos.

Havia ainda a garagem dos bondes que ficava em frente à nossa casa. A história registrou também a existência dessa garagem.

Aliás, gostávamos de brincar lá dentro, subindo e descendo dos bondes, sem ligar ao perigo que havia.

Estudei num grande Colégio, chamado Anglo Americano, tradicionalmente conhecido como colégio dos esportes pois disputava com suas equipes todos os esportes individuais e coletivos, como esgrima, vôlei, basquete, etc., além de participar dos Jogos da Primavera - inter-colégios - onde geralmente era o vencedor..

Quando eu estava com 6 anos de idade, foi construído ao lado da casa aonde morava, um grande edifício de apartamentos e meu pai trocou aquela grande casa por apartamentos no prédio ao lado, o mesmo acontecendo com todos os moradores das casas ao lado. Depois, todas as casas que haviam naquele local foram demolidas. O terreno baldio que restou, abrangia desde a Rua São Clemente, seguindo por trás das casas da Rua Tarumã e indo até a Rua de trás da São Clemente, numa imensa área verde.

Joguei muita bola com os meninos dos prédios em redor, naquele imenso terreno baldio. Inclusive, havia um trecho com muitas árvores e eu adorava subir nelas bem como explorar o trecho de mata fechada.

Com a adolescência, veio a época dos namoros, a época do Twist, da Jovem Guarda e a época do Esporte Clube Radar, onde, ainda jovem, em 1964, fui Diretor da área de Relações Públicas.

Mas foi em torno de 1962 que me dedicava a dançar o Twist nos programas de televisão então existentes bem como acompanhava a Jovem Guarda que tinha alguns bons valores começando, inclusive o que viria a ser o mais famoso deles, Roberto Carlos.

Eu já tinha na fotografia uma fonte de renda.

Paralelo ao período de twist e fotografias, participei de diversos programas de televisão, principalmente dançando twist e outros ritmos. Um dos mais notáveis foi o programa "Nós os Brotos", de Maurício Rabelo, na TV Continental, Canal 9. Havia um jingle de abertura e encerramento do programa que nunca esqueci:
"nós os brotos, vai ao ar, um programa da juventude, feito para você, com mauricio rabelo, para apresentar."

Ainda no Canal 9 participei de outros programas com os do Silvio .... e o "Let's Learn English", de Paulo Tavares, onde além de fotógrafo oficial às vezes aparecia falando, como "prova de que até o macaco aprende a falar inglês..."

Na TV Rio, Canal 13, apareci nos programas do Jair de Taumaturgo e no do Chacrinha, com os jovens cantores do momento como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wilson Simonal e outros. Vi surgir a Wanderléia, Martinha, Edie Wilson, etc.

Aliás, existe um disco "long play" de 33 rotações, cuja foto da capa foi feita no programa do Jair de Taumaturgo e na qual eu e outros amigos do meu grupo aparecemos dançando no programa do Jair de Taumaturgo.

Um dos meus amigos, Tom Elsio (o louro todo curvado na foto acima), morava na Av. Atlântica e dava sempre grandes festas. Numa delas, estiveram presentes o Simonal, o Erasmo e outros da época, mas o detalhe que ficou na memória foi o fato de termos que arranjar um terno para o Eddie Wilson poder ir a festa.

Esta foto foi publicada na Revista do Rádio, um dos mais importantes órgãos da época, no dia 30-5-62, na qual estão, da esq p. dir: Chacrinha, Leninha - que havia acabado de ganhar o concurso de "Noite de Twist" em parceria com o Tom - Jair de Taumaturgo, meu amigo Tom Elsio - também dançarino e o campeão do dia - eu (atrás do Tom), Carlos Imperial e, agachados, o casal vice-campeão do certame.

 

Silvia Lilian Barrie Knapp, uma das musas do Radar, depois formou a dupla cantora Leno e Lilian.

O Radar sempre foi um clube tradicional em futebol de areia e formou um grande time de vôlei, comandada por um jovem desconhecido mas um bom jogador, chamado Carlos Artur Nuzman - ele mesmo - Com ele vieram os grandes nomes do vôlei à época e as equipes de vôlei do Radar, masculina e feminina eram a própria seleção brasileira.

Graças a um trabalho constante, conseguia manter o Radar nas páginas dos jornais e colunas sociais da época.

Eu segui com o Radar e com o esporte, como se estivesse predestinado a estar eternamente ao lado deste.

Também nesse tempo eu colaborava com diversos jornais e, em especial, com colunistas sociais como Luiz Carlos, da coluna Ronda dos Clubes, do Correio da Manhã, Belafonte, de O Dia e Walter Rizzo, do Jornal dos Sports.

Em 1965 eu tinha uma coluna no Semanário de Copacabana, publicação de circulação naquela bairro, onde aliás estava o Radar.

A partir de 1967 eu tinha uma outra paixão que era o boliche; joguei e divulguei aquele esporte com muita satisfação.


Eu escrevia e jogava boliche, tendo até dado aulas no boliche de São Conrado. Estas matérias são de final de 67 e início de 1968.

Por essa época passei a viver de fotografia, visando sempre o esporte, em especial minha primeira grande paixão desportiva: os carros de corrida e os karts.

Conhecia-os bem pois estava sempre ao lado ou dentro de um e sabia guiar um carro de corrida antes mesmo de ter carteira de motorista.

Minha vida então, eram os autódromos. Conheci as corridas da Barra da Tijuca que eram realizadas nas ruas do centro da Barra; estive na inauguração do Autódromo do Rio e em todas as provas ali realizadas desde 1966; estive nos primórdios do Autódromo de Interlagos, conhecendo a pista e os pilotos; conheci, ainda de terra, a pista de Cascavel, no Paraná, que seria o grande legado de Pedro Mufatto. Estive na inauguração do autódromo Virgílio Távora, em Fortaleza, onde a tônica eram as arquibancadas cheias de espectadoras: todas mulheres.

Autódromo do Rio na Escola de Pilotagem Santa Fúria

Autódromo de Cascavel


sem legenda...

Depois estive nos 1000 Km de Salvador, para protótipos, onde fui com a Equipe Jolly Gancia, de Emílio Zambello e Piero Gancia; estive na abertura do Autódromo de Tarumã, em Porto Alegre e, de fotografar a escrever sobre o automobilismo em jornais foi um passo.

Nessa época já escrevia mensalmente para a revista High Sport sobre diversos esportes e fazia ainda alguns artigos avulsos para outras publicações. Escrevia também como colaborador para o Correio da Manhã, como por exemplo a matéria feita em outubro de 1969 sobre os 500 Km do Nordeste, realizados no Autódromo Virgílio Távora.

Escrevi também para um jornal de pequena circulação chamado Folha Esportiva, com matérias sobre o automobilismo.

Um dia meu amigo Heitor Peixoto de Castro me ligou e perguntou se eu queria ir com ele a Salvador, para correr de Fórmula Vê. Fui com ele para a Bahia. Já no fim da tarde da véspera do dia da corrida, nada de vários carros chegarem, inclusive o do Heitor. A preocupação era geral. No dia da prova, os carros chegaram de madrugada e o Heitor correu sem treinar direito e chegou em segundo lugar. Desclassificado Luis Cardassi, o vencedor, por problemas técnicos, Heitor foi declarado ganhador da prova. Aí veio a engraçada estória de um almoço com o Prefeito de Salvador, amigo do avô de Heitor, onde nenhum de nós dois comia qualquer dos pratos que vieram para a mesa e ficamos disfarçando, sem graça durante todo o almoço. Foi uma piada o vexame que passamos.


No dia do treino, Heitor nem tinha carro para testar

Depois da prova, almoço com o Prefeito de Salvador.

De repente, um homem chamado Ricardo Serran, Redator Chefe da Seção de Esportes de O Globo, me telefonou dizendo que sabia que os carros de Fórmula Ford estavam no Brasil e em algum lugar do Rio de Janeiro. Em seguida Serran me disse que estivesse até às 18 horas na redação com uma matéria sobre os Fórmula-Ford.

Saí de onde estava, disposto a procurar aonde poderiam estar os carros de F- Ford e, quando ia de ônibus pela Praia do Flamengo, passou uma jamanta carregando os carros de F-Ford, parando numa agência de automóveis, do Macdowel Leite de Castro, ali mesmo no Flamengo. Saltei do ônibus, entrei na Agência, conversei com todo mundo e fiz a matéria, entregando-a pontualmente às 18 horas ao Serran. A partir daí, durante muitos anos fui o redator de automobilismo de O Globo, chegando a Editor do Caderno de Automóveis.

O primeiro encontro com os carros de Fórmula-Ford

Estive em todas as pistas e circuitos do Brasil, provas nacionais e internacionais divulgando o automobilismo de maneira séria, sendo, à época o único a escrever diariamente no Rio de Janeiro, à exemplo do que fazia o Luiz Carlos Secco, em São Paulo.

Velhas fotos de Interlagos


Aproveitando a época, fui redator-chefe da Revista Grand Prix e por longo período fui colaborador da Revista do Automóvel Club do Brasil, sempre escrevendo sobre o automobilismo.


Três matérias em três Estados diferentes; a cobertura do automobilismo era nacional e eu escrevia sobre o assunto todos os dias em O Globo


Depois de alguns anos em O Globo, fui para a Revista Autoesporte, então a mais importante revista de automobilismo no Brasil. Escrevia ainda para a High Sport, para a Revista do Esporte; depois escrevi para o Diário de Noticias.

Durante os anos em que escrevi para O Globo, uma atitude do Ricardo Serran me marcou e até hoje guardo a matéria com o maior carinho pois ela significou muito.
A ele, muito obrigado
.


Durante vários anos fui correspondente da revista inglesa Autosport; escrevi ainda em diversas revistas e semanários, sendo ainda relações publicas de várias equipes de competição de automobilismo, guardando com carinho a lembrança da Equipe Casari-Brahma, do Norman Casari.

Houve ainda a fase de correr de kart, da qual não restaram boas recordações. Mas de qualquer forma, foi uma fase importante pois passei de olhar a pilotar. Aliás, em uma foto acima, vocês me viram quando fazia o curso de pilotagem Santa Fúria.


Foi uma época gostosa embora rápida.

Casei-me com Regina Célia, e fiquei a morar no mesmo apartamento de infância.

Depois de tantas aventuras, começou o interesse pelo autorama e comprei, como todo mundo, uma pequena pista de autorama e dois carrinhos. Mas isso eu conto depois.

Ainda dentro das minhas experiências, lembro com saudades de tantas e tantas revista e tablóides para os quais escrevi.
Um deles, a revista "Esporte por Esporte" de 1995 a 1997, onde eu tinha uma página sobre Automodelismo e ali estavam as notícias do nosso esporte predileto.

Uma coluna muito apreciada pelos leitores em todos os órgãos em que escrevi era a "Dicas do Silva Ramos" E foram muitas as dicas que pude fornecer.


Os anos de 1997 a 1999 marcaram também a oportunidade de escrever para outra revista paulista, "Esporte Modelismo" com matéria sobre corridas e também "Dicas". A revista começou sendo impressa em papel jornal mas logo melhorou com o uso do papel couché graças a pequeno patrocínio da Petrobrás.

 

Outra publicação importante onde tiver a honra de escrever foi a bonita revista "Brasil Modelismo", em 1998 a 2000. Alí estava também a coluna "Dicas" que era muito apreciada pelos leitores que, inclusive, me mandavam e-mails com perguntas sobre o autorama.


Durante todos esses anos em que pude escrever em diversos órgãos de divulgação, sempre tive o maior prazer em realizar esse trabalho.
Divulguei o autorama pelo Brasil e, acredito, que nunca se falou tanto sobre o nosso esporte como nesse período.

 

E tudo começou

Agora que tinha um apartamento grande com um quarto sobrando, acoplei uns cinco autoramas e passei fiação por baixo dos trilhos e preparei uma ligação por bateria. A pista ocupava todo um quarto, tendo uma ponta em extensão que em dias de corrida era acoplada ao circuito, atravessando o corredor e entrando até a metade do banheiro. A pista era um espetáculo e muita gente vinha correr nela.

O Chaparral (leia-se Maeda) em uso na pista caseira

Foi daí que comecei a correr em pistas de amigos e, na Rua Cesário Alvim havia um jovem engenheiro baiano, dono da casa, chamado Paulo e seu amigo Careca; eles tinham bons carros e a disputa era feroz. Cada um já começava a construir suas novidades e alterar seu preparo. Comecei então a competir na Hobby Sport, pista do famoso Maeda, que ficava na Rua Conde de Bonfim 685, e aprendi os segredos do preparo de motor.

Antes do Maeda, conheci rapidamente as pistas do Autorama Center, a de Madureira e mais alguma que não me recordo o nome.

Todavia, a Hobby Sport tornou-se a minha casa. Aprendi a re-enrolar motores, preparar chassis, cortar carrocerias e passei a ser adversário do Maeda, depois que ocorreu a transferência de tecnologia dele para mim.

Depois a velha pista de 4 fendas foi substituída por outra de 6 fendas, ocasião em que o Maeda deixou a loja após briga com o Geraldo e o Moretson, que era seu sócio.

Foi por essa ocasião que surgiu a pista de 4 fendas do Meier, comandada pelo "Seu" Sérgio, localizada na Dias da Cruz.

Por essa ocasião eu me tornei o organizador das corridas, criando o Grêmio Carioca de Automodelismo, o primeiro clube oficial do Rio de Janeiro, registrado na Federação de Automobilismo e por conseqüência a Confederação Brasileira de Automobilismo. O Grêmio tinha direito a voto na Federação; criei o Comissão Estadual de Automodelismo e depois a Comissão Nacional de Automodelismo, tornando-se um esporte oficial regido pelas normas da CBA.

Durante muitos aos realizei o Campeonato Carioca de Automodelismo,. que ao final do ano, na tradicional festa de entrega de prêmio do automobilismo, kartismo, rally sempre realizada nos salões do Automóvel Club do Brasil, eram entregues também os prêmios do automodelismo de fenda. Todos aqueles que se sagraram Campeões Carioca, têm o seu registro imortalizado nos anais da FAERJ e CBA, com o mesmo valor jurídico dos campeões de automobilismo, etc.


Luis Armando com um dos troféus de campeao carioca recebidos em 1976

Durante muitos anos custei a conseguir que o Automodelismo fosse considerado esporte e, mesmo oficializado no Rio, não consegui que o mesmo ocorresse nos demais Estados.

Foi nos anos 80 que nasceu meu filho Pedro, e, ao mesmo tempo em que terminei a Faculdade de Direito, o jornalismo ficava um pouco de lado e dediquei-me ao Direito, abrindo meu escritório de Advocacia Trabalhista, inspirado em amigos como o Luiz A. Lorenzoni, a Vera Montanha, o Colbert D. Machado, e o Tom Elsio, todos advogados e colegas desde o tempo de ginásio no Colégio Anglo Americano.

Só as competições de autorama não paravam. Corri em todo o Brasil ao mesmo tempo em que cuidava do Pedro. Em Goiânia, na Model Car, representei o Rio de Janeiro, com patrocínio da FAERJ, numa prova de 12 Horas de Força Livre onde fui com o José Menezes.

Voltando ao Méier, aquela pista durou uns dois anos com competições todos os sábados e campeonatos bem organizados que duravam as vezes 6 meses. Além de cuidar de toda a organização e premiação, corria na época com o Marcos Silva.

Foi depois disso que surgiu em Niterói, numa pequena loja numa pracinha no Centro de Niterói, uma pequenina pista chamada de "A Estrela é o limite". Não satisfeito, o Paulo, dono da loja, construiu uma grande pista numa sobreloja de um prédio comercial, no centro mesmo de Niterói. Era uma pista enorme, com 8 fendas, para carros de 1/24, circundando as pilastras da sala e de piso muito aderente, gastando em excesso os pneus existentes à época. Os melhores pilotos e as melhores equipes de autorama do Brasil ali estiveram nas provas de longa duração, como 12 Horas, 24 Horas, 1000 Quilômetros e outras.

A Estrela é o limite: a grande pista de Niterói! (tem gente famosa na foto, inclusive o Maeda e Cabelinho; você os reconhece?)

A pista tinha um piso preto, usando o eucatex ao contrário e por isso era abrasiva; como os pneus eram softs, as vezes tinha que se usar dois pares em uma corrida. Eventos épicos foram realizados com a presença dos maiores pilotos de então: Rubão, Ivair, a Equipe Hollywwood (a mesma do automobilismo), Plínio da Sebring, Maeda, Amilcarm e gente de todo o Brasil andou por lá. Após 2 ou 3 anos, o Paulo resolveu fechar a loja.

Enquanto isso surgiu na Rua Conde de Bonfim, junto aos cinemas que existiam antes da Praça Sãens Pena, surgiu a Hobby Sessão, uma pequenina pista, interessante, difícil e comandada pela D. Ana com o Alfredo na parte técnica.

Depois disso surgiu a Shalako, com uma pista de 6 fendas para carros de 1/24, na Rua Souza Dantas, transversal da 28 Setembro. Foi um sucesso. Ainda nessa época os carros de 1/32 dominavam e só na Shalako tinha 1/24. Em São Paulo já não haviam mais os carros de 1/32.

A tônica da época para 1/32 eram os carros com motores Oxford re-enrolados. Os fios eram 27, 28 e 29, estes os mais duráveis que, aliás sempre foram os preferidos do Maeda.

Os motores Mura, os únicos existentes na época, também eram re-enrolados eis que os chassis de então na suportavam a potência dos motores e, depois de alterados, era possível se fazer um carro andar.

A evolução foi causada por mim que passei a importar diretamente os mais diversos motores Mura. Não havia separação por categorias, fossem eles de G 12, G 20, etc. Os resultados com o uso dos motores de fábrica, obrigou todo mundo a comprar motores para competir em pé de igualdade. Em São Paulo, porém, os Mura já vinham sendo usado com sucesso.

Outra criação minha foi a importação de borracha de pneus da Champion com o reaproveitamento dos cubos de rodas. Vinham sets de 6 pares de pneus que eram montados nos cubos. Quem não gostava disso era a Hobby Sport que fabricava pneus, chassis, etc.; brincava-se que, quando os pneus da Hobby Sport eram de sandália havaiana o carro não parava na pista. Tinha que ser borracha de boa qualidade.

As corridas longas passaram a ser realizadas à noite, com o uso de faróis e em algumas provas havia a colocação de gêlo seco no fim da reta para fazer uma densa neblina para dificultar a condução dos carros. O autorama ia bem obrigado.

As provas longas foram uma tônica durante muitos anos. Era comum haver convites às equipes de fora da Cidade realizadora para disputar a prova e os carros de 1/24 dominavam esse cenário

O 1/32 só sobrevivia na Hobby Sport, dividido, na época, em carros Standard com motores Oxford, standard, em linha, sem preparo; em algumas pistas do interior foi permitido o uso de motores Oxford transversais. Haviam ainda os Classe 100, chassis em linha, em latão mais pesado com motores re-enrolados e de alta potência o que os tornava difíceis de dirigir.

Os carros de 1/32 de chassis com motores transversais usavam motores de Grupo 0, muito potentes para a época o que tornava os carros difíceis de pilotar.

Já com motores em linha, com laterais duras, havia o modelo da Hobby Sport, com tubo porta-eixo dianteiro e sem movimentos laterais; havia uma fabricação de chassis com o mesmo tipo de chassi de 1/24, com plumber e flip-flap nas laterais e os carros ficaram mais rápidos.

Os Standard com motores em linha; chassis com flip flap e chassis tipo Classe 100; carrocerias de protótipos

Os veículos foram divididos em duas categorias: os de chassis em linha com laterais duras e os com laterais flexíveis. Transversais só os carros de G 0.

Pela própria evolução natural do esporte, os carros começaram a ser divididos pelos tipos de motores, como eram nos EUA: carros com motores de G 20, de G 15, de G 0 e assim sucessivamente.

As categorias de G 20, G 12 e G 0 foram as que mais evoluíram e a sofisticação do esporte aumentou muito. O G 0 passou a ser a categoria-base, G 12 os mais caros e G 20 os mais velozes e com asas.

Os motores preparados pelo americano Bob Green, eram motores Mura de cor verde, com fio 28, com fio 26 e os com fio 24/26 duplo eram tremendamente possantes.

Em Goiânia, em uma prova de 12 Horas de Força Livre, usando um motor do Alfonso, um Green de fio 24/26 duplo, e em apenas 9 minutos conseguimos acabar com toda bateria que estava em uso e as demais baterias da loja foram a zero. Nos foi pedido que tirássemos aquele motor pois a corrida não poderia continuar uma vez que não haveria bateria suficiente. A loja arranjou outras baterias para a prova continuar. Aliás não ganhamos.

Lembranças da corrida em Goiânia em 1979.

Voltando ao 1/32, a Estrela, depois de longo tempo de inatividade, resolveu melhorar seus motores, com novos fios e melhor enrolamento, cujas performances melhoraram muito.

Mas, esqueci-me de falar mais dos Classe 100, que eram que eram chassis em linha, de latão mais pesados e que usavam os motores Oxford, da Estrela, re-enrolados com fios mais grossos, como os de 29 - os preferidos do Maeda - os 28 e até fio 27. Alguns malucos chegaram a usar fio 26 mas eles não terminavam as corridas, derretendo os cabeçotes.

Maeda transferiu sua tecnologia para o Geraldo que depois especializou-se em motores de fio 29 com grande sucesso. Eles duravam e tinha velocidade.

Eu gostava muito dos motores com fio 28 que derretiam os cabeçotes; depois tentei os fio 27 e 26 mas os cabeçotes derretiam muito mais rapidamente. A grande maioria dos preparadores conseguia bons motores mas a maioria derretia o cabeçote. Já o Maeda, depois o Geraldo, com sua preparação de fio 29 dominava tudo pois conseguiam, sobretudo terminar as corridas.

Mas era um jovem estudante do Colégio Militar, o Sérgio Conte, conhecido como "Militante", que veio a fazer frente ao Maeda, ao Geraldo e aos demais preparadores, com seus carros cuidadosamente preparados: "Militante" tanto fazia os chassis como os motores com grande maestria e era quase imbatível. Seus carros eram verdadeiras jóias.

Depois surgiu o Jairo Lima, conhecido como Sabão, um jovem fogoso que começou a aparecer bem no esporte. Sérgio Homem, que corria com os carros do Maeda também preparou alguns carros. Buda e Iran Roberto eram outros bons pilotos e preparadores iniciantes da época.

A evolução dos carros

Vamos rever e fazer parte da reconstituição da evolução do autorama, aos idos de 1967, nos EUA.

O forte eram os pequenos carros de HO com pistas fantásticas no melhor estilo dos trens elétricos, com morros, pontes, etc.

Aqui, em fevereiro de 1967 eles correm em oval.

As corridas eram com carros de 1/32 em linha. Já existiam, todavia, alguns carros de 1/24, e até uns "sidewinder" em 1/24 como o Snake, da Stinger que usava uma traseira que abria como se fosse uma asa para frear.

Em que pese haverem muitos praticantes nas provas de carros HO, já havia algum domínio dos 1/32 com motor em linha.

Dentre os carros de 1/32 com carrocerias duras, o Dino Ferrari, da Cox que está na foto obtida na Model Car de Fevereiro de 1967.

O carro de Clark Bestwick, um Lotus 40, venceu muitas corridas, também em 1967..

Os principais fabricantes eram a Cox, com os Cheetah (1/24), os Ford GT (1/32) e os BRM (1/24). A Cox tinha ainda o chassi "Cucaracha" que veio a ficar famoso no Brasil. A Dynamic tinha chassis e motores diversos como os especiais Russkit, os motores Mabuchi 26D, o Renegade, etc. A Revell tinha os Ford GT, o Lotus 30, o Chaparral e o Cobra todos em 1/24. A Atlas tinha o Lynx, o McLaren e o Lotus 30. A Aurora tinha o Ford GT, a Ferrari P4, o Pontiac, o Mustang e o Cobra. A Strombecker tinha o Porsche Carrera 6, tanto em 1/32 como em 1/24. O Monogram apresentava o Vampire em 1/24 como motor Monogram colocado atravessado. A Stinger tinha o Snake. Mas haviam ainda muitos outros modelos.

A excelente foto dá uma idéia de como eram os carros da época, 1/32, em fevereiro de 1967.

Os motores: Pittman, Mabuchi, Cox, Monogram, K&B, Russkit, Champion.

Os reostatos mais usados eram os da Cox, o da Revell, Russkit e o especial MRC.

As transmissões eram em sua maioria por rosca sem fim e as carrocerias em plástico duro. Todavia as transmissões Weldun, de alumínio já começavam a fazer sucesso, sendo as mais usadas.

Rodas de alumínio, rodas de aço, dianteiras e traseiras: Russkit, Riggen, Weldun, Associated,.

Os pneus: Riggen, Associated, Sil-O-Spongie, Genex, Weldun.

Foto do 1ª carro 1/24 de sucesso como sidewinder, pilotado por Gene Husting; motor 16D; transmissão Weldun.

 

 

 

 

Embaixo, o carro vencedor, de Mike Steube, com rodas e pneus Associated e transmissão Weldun de alumínio.

Algumas relíquias para os que gostam dos carros antigos, que fizeram história.


Cox TTX com motor de 28000 rpm, 1968, era o Cucaracha em 1/32

Honker

Ferrari

Chassis D.Morrissey Group III, 1969

Um Mirage visto por baixo

Os 1/24 de Vitucci, Cukras e Bob Cozine, dominaram as corridas por muito tempo

A sensacional Lola T70 da MPC, em 1/24 com motor transversal RTR

O mais famoso dos carros antigos: "La Cucaracha", da Cox; centro de gravidade baixo; motor Mabuchi; frame em alumínio; rodas dianteiras independentes; etc

Em agosto de 1969 surgiu o Riggen anglewinder, carroceria Porsche 908.

O Riggen visto por baixo, com motor Mabuchi 26D

Nos EUA, até finais de 1970, os carros de HO ainda tinham forte presença com muitas corridas importantes.

Os carros de 1/32 também representavam forte parcela das competições, mas o domínio nas provas com profissionais eram mesmo dos carros de 1/24 com motores transversais.

Depois veio a idade moderna, que todos conhecem bem.

Mas antes de encerrar este capítulo, vamos mostrar uma foto de uma pista de corridas em Inglewood, Califórnia, em novembro de 1967 com carros de 1/32 em linha:

Os carros no Brasil

Um dos primeiros carros no Brasil foi da Estrela, o Corvette Sting Ray e uma Fórmula, denominada de Lotus 38, com carroceria de plástico duro. Os pneus traseiros eram de 6mm de largura, em borracha. Os motores usavam transmissão de rosca sem fim.

Depois apareceram os Scaletrix, importados, com coroa e pinhão, seguidos dos carros da Monogram.

A Estrela lançou então, a Berlineta, já com coroa e pinhão.

Os carros da Cox, especialmente o Ford GT, já usavam coroa e pinhão com relações intercambiáveis, tudo em 1/32.

Um dos primeiros carros de 1/24 foi o Cucaracha, americano, com motor Champion "barriquinha" (tinha esse nome porque era meio arredondado, parecendo uma barrica).

Surgiu também um carro com tração nas 4 rodas, que não cheguei a ver, que era um Porsche 906 da Russkit, com doi smotores transversais, um na frente e outro atrás.

O motor "Barriquinha" usava induzido 26D, sendo feito especialmente para andar nos chassis Cucaracha de 1/24. Posteriormente, todos os motores voltaram a usar induzido 16 D que eram usados nos Cucaracha de 1/32.

Conforme noticia a Sport Modelismo, em setembro de 1967 surgiram os carros da Atma, com a Atma Pista e carros de 1/32 conforme se vê na foto. Eram cópias fiéis dos carros norte-americanos. Os carros em 1/32 eram um Mustang GT 350 e um Chaparral.

São Paulo era o centro mais avançado com grandes pistas e muitas corridas. Havia até a Federação Paulista de Modelismo, que realizava as provas da categoria.

Nas "12 Horas Scorpius" realizada em dezembro de 1967, a própria equipe da casa foi a vencedora pela terceira vez. Correram Arinto, Sarvasi, Eduardo e Tochini com F 1 com carroceria Harvey alumínio, chassi Dynamic, transmissão MC.

Alguém se reconhece nas fotos abaixo?

 

Aqui vão mais algumas lembranças daquela época, sendo certo que o pessoal que usava 1/24 corria em sua maioria com Porsche Carrera, da Russkit e Cucaracha.

Os carros e as pistas (aliás que pistas!) que mencionamos aqui podem ser vistos nas fotos. Alguém se reconhece? Os carros são de 1/32 Lola T 70 com chassis Dynaflex e Mecon Lola com chassis Estrela.

Depois foi a vez de aparecerem os chassis do Maeda, considerados uma evolução para a época, 1/32 em linha, como todo mundo usava.

Apareceram então os chassis "Sidewinder" ,1/24, cujos motores ficavam paralelos ao eixo traseiro. O grande problema era colocar o motor paralelo ao eixo que era muito grande e você tinha que aumentar o diâmetro da roda. Os primeiros motores para esses carros usavam induzidos 36D, um monstro.

Com isso surgiu a solução de se angular o motor para facilitar sua colocação no chassis.

Foi à partir daí que surgiram os chassis com motores transversais, por uma necessidade técnica originada dos carros "Sidewinder". O primeiro chassis transversal foi o Elder, seguido do Monogram e do Champion, em linha, que foi adaptado para usar motor transversal.

No Brasil, os primeiros carros de 1/24, de linha foram os Sebring e Paraíso, paulistas. Até então os 1/24 eram americanos. Mas os primeiros desses carros a rodarem com os motores transversais fora construídos em casa, pelos próprios pilotos, como Alfonso, Jacó e Tota, no Rio.

Por essa época a Estrela já fabricava vários modelos como o Chaparral, o Jaguar, o Ford Mustang, etc

Além disso o Maeda que era o único fabricante de carrocerias no Rio, passou a fazê-las para uso nos chassis 1/24, embora não os construísse. Eram os Chaparral 2F.

Num segundo momento, o Militante passou a fazer também chassis para motor transversal, mas em 1/32. Só bem mais tarde o Sérgio e o Maeda passarram a construir os carros de 1/24.

Na época em que comecei, todo mundo que corria de Força Livre, usava motor reenrolado pois diziam que as pistas não comportavam carros com motores muito fortes. Comecei a importar motores e com eles andava na frente de todo mundo e, acabou o negócio de enrolar motores e todo mundo passou a comprar motor original.

Isso foi na época da Hobby Sport, idos de setenta e poucos, e um dos primeiros a ser muito usado foi o de Grupo 20, aquele de cabeçote vermelho, da Mura. Foi depois que vieram os demais motores e mais tarde sua separação por categorias de motores como G. 20, G 12, G 15, G2, etc.

Eu trazia motor pelo correio e todo mundo começou a fazer o mesmo para poder andar junto.

Depois disso veio a época do Std, motor fabricado no Brasil pela Oxford, para a Fábrica da Estrela. Eram de baixa qualidade, enrolados com fio 32. Para melhorar um pouco seu desempenho, o Geraldo criou o HS que usava enrolamento de fio 30 e o Classe 100, com fio 29, mantendo-se a caixa e demais componentes do Oxford. Todos levavam o selo da loja e não era mais permitido aos pilotos enrolarem os motores. Havia uma lógica nisso, seguindo o padrão internacional e nivelava bastante as provas. A sorte estava em comprar um bom induzido e montar o motor com a melhor qualidade, caso de Paulo Miran, do Amilcar, do Miram Neto, e outros que sabiam como ninguém montar um motor. Essa montagem fazia a diferença.

As primeiras provas, como eram

Nos anos 70, quando comecei, as provas na Hobby Sport eram realizadas com os pilotos tomando tempo em 10 voltas contra cronômetro e quem fizesse o melhor tempo escolhia a pista em que ia largar. Não era fácil dar 10 voltas sem errar e era comum haver dois ou mais pilotos com o mesmo tempo. Até porque os cronômetros da época não eram os mais perfeitos. A "pole" podia determinar o resultado da corrida pois não havia revezamento de pista. Você corria os 15m minutos da prova na mesma fenda. Quem errasse menos numa das melhores fenda ganhava a corrida.

Durante muitos anos, no Maeda, tais provas foram realizadas às 6ª feiras, às 18 horas, com duração de 15 minutos sempre andando na mesma fenda.

As provas acabaram sendo assim em todas as pistas no Rio. Em São Paulo já havia troca de fendas. Com o tempo, comecei a insistir para que passasse a haver a troca de fendas na Hobby Sport. Essa troca, até então, só existia nas provas longas e era feita de 1 a 1, ou seja da pista 1 você ia para a 2 e assim sucessivamente.

Já em São Paulo o sistema era o europeu com a troca de fendas de 2 a 2 ou seja, você andava na fenda 1 e ia para a 3 e depois para a 5 e assim sucessivamente. Isso impedia que um piloto fosse colocado ao lado do outro para bater nele e impedi-lo de ganhar a prova. Com a troca alternada de fendas cada piloto anda com o outro à sua direita e à sua esquerda, havendo equidade nas provas. Os mau caráteres ficaram prejudicados.

Lutei muito e inicialmente só consegui que isso ocorresse nas provas de Classe 100, na Hobby Sport. Na Shalako, onde corriam os carros de G 0 já havia esse sistema. Só no 1/32 a coisa estava difícil. Nas corridas de Std então, foi muito difícil convencer os pilotos que o melhor sistema era a troca de fendas. Custei mas consegui!

As primeiras pistas no Rio

É ainda a revista Sport Modelismo de setembro de 1967 que nos dá notícia de que havia então uma pista no Autorama Center Tijuca, onde eram realizadas corridas. Essa pista era na Rua Barão de Mesquita e freqüentada por uma grande turma, como Alfonso, Pedro Paulo, Murtinho, Boca, Borel e outros onde não cheguei a competir. Era uma boa pista, já com fendas com tape e construída em madeira.

A prova de 25-08-67 foi dividida em 3 baterias de 15 minutos cada e a vitória foi de Jaime Mano, com 218 voltas usando um Dino Ferrari, motor Large Nascar, pneus U-Go e chassis tubular Cox. Os chassis Cucaracha chegram em 2º, 3º e 4º.

A primeira grande pista que me lembro foi a de Copacabana, a Hobby Center, pista do Menezes, na Av. Barata Ribeiro, na galeria do cinema Bruni Copacabana. Ali estive apenas uma vez assistindo a uma corrida. Ela era em plástico com 4 fendas e tinha o tape de metal. Usava o próprio trilho do Autorama Estrela. Isso foi por volta de 1965

Depois veio a pista do ACB, na Voluntários da Pátria, em Botafogo, onde também estive apenas umas duas vezes, mesmo morando ali perto. Era outra pista de 8 fendas, em madeira.

A próxima pista foi a do Madureira Center, em 1969, pertencente ao Maeda em sociedade com o "Borel" conhecido piloto da época; desfeita a sociedade, Maeda continuou no ramo enquanto o Borel desapareceu. Era um circuito de 9 fendas, enorme, com uns 75 metros de extensão.

Depois existiu uma pista que não conheci, no Clube Botafogo, onde a Estrela realizou o 1º Campeonato Nacional Estrela.

Houve ainda um circuito itinerante que apareceu no Pavilhão de São Cristóvão, por ocasião do anual Festival da Criança, isso de 1969 a 1972. Não cheguei a conhece-la.

Depois surgiu a pista da Hobby Sport, na Rua Conde de Bonfim 685, sobreloja, pertencente ao Maeda, uma pista de 4 fendas apenas, onde iniciei minha carreira de piloto, começando com os Standard e depois Classe 100. A medida em que comecei a organizar as coisas, tornei obrigatório a todos, começarem como Principiantes, com os carros Std.

Essa talvez tenha sido minha primeira medida realmente importante. Aliás isso vigorou durante muitos anos e até em outros circuitos do Rio.

Esse início na Hobby Sport foi a época de grande pilotos, como Sérgio "Militante", o grande gênio da preparação de carros e motores; Sérgio Homem, da turma meio rebelde; Iran Roberto e Luiz Antônio "Buda", também criadores de casos, mas o Buda era pessoa sensata além de bom piloto; o próprio Maeda, indiscutivelmente o melhor preparador de carros e motores; o Jairo "Sabão", arruaceiro e bagunceiro e que não era muito bem visto face seu jeito meio rebelde e violento; havia um rapaz, também rebelde, pequenino e baixinho chamado Flávio "Cabeludo" Araujo que, todavia era um bom piloto; seu amigo Waltinho Daver, outro piloto razoável era uma pessoa tranqüila; eles dois chamavam-se de Equipe ASF, uma dissidência da Equipe Marte, do Maeda; tivemos ainda o Alfonso que já era um dos mais experientes pilotos; tivemos depois o volta de pilotos como Pedro Paulo e Murtinho, bem da velha guarda; William James, o "Cabelinho", conhecido piloto de motocicletas; perdoem-me aqueles que esqueci o nome.

A velha pista da Hobby Sport, já na era Geraldo. Vejam Pedro, Marino, Sergio e Nelson na pista.

Nesse meio tempo, a fábrica de Brinquedos Estrela tinha um gerente no Rio chamado Newton Silva que gostava de promover o autorama, o brinquedo principal da Estrela, e já havia realizado o 1º Campeonato quando o conheci. Ele montou na sede do Clube de Regatas do Flamengo, na Praia do Flamengo, uma grande pista de 8 fendas, onde realizou o 2º Campeonato Nacional Estrela, com garotos de todas as idades.

Foi ali que conheci um garotinho chamado Marcos, filho do Newton, que começava a se interessar pelo esporte. A partir daí formaríamos a Equipe Silva Ramos.

Face gostar do esporte, passei a ajudar na organização das provas da Estrela.

Por essa época promovi uma corrida de nível nacional, para carros de Classe 100, com 1 hora de duração, com a participação das principais equipes de São Paulo, convidadas, como a Sebring, e outras, tendo vindo ao Rio os principais pilotos paulistas, como Ivair, Plínio, Corri com um experiente piloto, meu vizinho, chamado Ney Galvão, e o carro era um foguete com uma carroceria de McLaren, com aerofólio projetado para trás, o que o tornava rápido e era imbatível. Todavia, uma das fendas em que corriamos havia um ressalto que fazia o carro pular e pedi ao Ney que batesse com o martelo naquele ressalto para poder passar rápido por ali. Desatento, Ney martelou o carro também cujo aerofólio ficou destruído e nunca mais o mesmo pode ser acertado na mesma posição, bem como danificou o chassis, acabando com as esperanças de uma vitória que, até então, era certa.

Menos de um ano depois desse grande campeonato Newton colocou outra pista, menor e em forma de oito, na sede do Flamengo, na Gávea, numa meia água construída para o novo evento. Ali foi realizado o 3º Campeonato Nacional Estrela.

Campeonato Nacional Estrela: muitos cobras de hoje correram lá

Dessa vez ajudei o Luiz Galvão "Cacareco", irmão do Ney que havia corrido comigo no ano anterior. Cacareco estava começando e era apenas um garotinho. Depois de andar na frente um bom tempo, Cacareco bateu e empenou o chassis mas conseguiu chegar em 3ª lugar.

Foi quando apareceu a pista do Méier, em 1974, na Rua Dias da Cruz onde tem até hoje um shopping com o curso Oxford. Era um circuito de apenas 4 fendas, pequeno e só para carros de 1/32. Depois o Sérgio mandou construir uma pista de 6 fendas, em 1955, com um retão que dava gosto de andar. Esse retão que era maior que o da Hobby Sport, permitia grandes velocidades para a época.

Foi difícil, mas consegui duas fotos da pista do Méier:


Eu corria com o Marcos Silva e formávamos uma boa dupla. Eu preparava tudo e o Marcos, às vezes, ensaiava acertar algum carro ou motor. De qualquer modo tínhamos as nossas vitórias.

Algum bons pilotos surgiram na época, como José Menezes, que começou e logo ficou meu amigo. Amilcar Amarante também começou naquela época e a pista durou uns 2 anos.

Depois dali, surgiu uma loja chamada a Estrela é o Limite, numa praça em Niterói, ao lado da Prefeitura. Era uma loja pequena com um mini-circuito mas as pessoas começaram a aparecer por lá e o Paulo Maurício, o dono da loja alugou uma sobreloja ali perto, na Av. Amaral Peixoto e mandou fazer uma grande pista de 8 fendas, muito larga, para carros de 1/24, com o eucatex do piso usado de forma invertida o que desgastava demais os pneus usados na época e as vezes eram necessários até 2 pares de pneus para uma corrida de sprint. A voracidade com que a pista destruía os pneus era impressionante.

Mais valores novos surgiram, como Sérgio, filho do Ario, que tinha muito dinheiro para gastar e por isso ganhava muitas provas, pois dispunha do melhor material que o dinheiro podia comprar.

Silva Ramos e Marcos Silva, lado a lado em Niterói; ainda, o Luiz Ernesto (de óculos) , o Sérgio Giserman (alto) e o Cacareco (de camisa preta)

Grandes corridas foram realizadas naquela fabulosa pista. Os melhores pilotos do Brasil lá estiveram: Ivair veio várias vezes; a Equipe Hollywood, parte da grande equipe de automobilismo, também correu em mais de uma prova; chegaram haver provas com mais de 12 equipes o que eqüivale e dizer que, na época, muitas equipes foram a Niterói e nem chegaram a correr pois só competiam 8 e as que não conseguiam fazer um dos 8 melhores tempos não participavam.

Em seguida uma pista foi colocada no Estádio de Remo da Lagoa, para o Fittipaldi Motor Show, onde estive apenas em uma corrida de sprint e a pista, como chegou, sumiu sem que dela se soubesse mais. Alfonso, Pedro Paulo e Delano e Jacó entre outros, correram nela. O motor era um Steub especial. Uma corrida em especial, é lembrada pelo Alfonso: as "6 Horas do Rio de Janeiro" para Força Livre, vencida pelo Maeda com Amauri em segundo.

O circuito seguinte foi o da Conde de Bonfim, na Galeria do Bruni Tijuca, a Hobby Sessão, do Henry e Johnson. Era um circuito de 4 fendas, construído por eles mesmos. Depois, o Alfredo e o Walter, construíram outra pista, com 5 fendas, ainda pequena, colocada num canto da loja mas que, por causa de seu tamanho, tinha muita curvas fechadas e era difícil. O piso também era muito duro o que tornava difícil a condução dos carros. Os Classe 100 nem corriam lá, somente os Std.

Grandes pilotos viriam a surgir dali: João Alfredo, que se tornou grande piloto e mecânico; Carlos Neves, hoje dono de pista em Miguel Pereira; Fausto Pinto, Marcelo Berolatti, Carlos Penna "HP" e outros.

Depois foi a vez de aparecer a pista da Hobby Show, do Kiko e do Magno, na Rua Souza Franco, transversal da Av. 28 de Setembro, com uma pista de 4 fendas para carros de 1/32, com o João Alfredo como mecânico principal. Essa pista, aliás como as demais da época, usava contador de voltas mecânico. Num segundo momento foi construída outra pista, para 6 carros, bem melhor do que a primeira. A loja ficou por ali por menos de 1 ano.

Foi em 1982 que surgiu D. Hildete, com a Shalako, no Largo do Machado, na Galeria Catete, usando a velha pista do Méier de 6 fendas. Alguns meses depois mudou-se para o Grajaú, na Rua José Vicente 74, onde ficou alguns anos até ser vendida ao Flávio Márcio e tornar-se a Grid. Ali foi erigida a primeira pista fixa de 8 fendas do Rio, um sucesso que durou vários anos.

Muitos bons pilotos se formaram ali, concorrendo a Shalako com a Hobby Sport em número de participantes, só que naquela haviam apenas carros de 1/24 na Shalako.

Foi nessa época que se tornou marcante a divisão dos carros em categorias estanques: no 1/32, há anos existiam o Std e o Classe 100; no 1/24 tinha os G 0 e os demais foram divididos em G 12 e G 20.

A partir de então ocorreu uma grande mudança no autorama que foi a saída do Maeda do cenário, com o Geraldo assumindo a loja e construindo uma pista grande, com 6 fendas, um retão muito bom, porém com piso muito duro que exigia pneus macios. Era uma pista construída em madeira da melhor qualidade, cavernada, sem defeitos. Bastava trocar o tape e estava nova. Ali foram realizadas grandes provas, inicialmente dentro do sistema de 15 minutos direto numa fenda e, depois de muita resistência, introduzi o sistema de troca de fendas alternadas, no Classe 100. No STD custei muito a conseguir que fosse aceito esse sistema.

Recordação da velha pista da Hobby Sport, com a presença do Marino (1º à esquerda) que perdeu o Campeonato Carioca de Principiantes para o Pedro Silva porque, na última fenda, soltou uma das rodas do seu carro.

Nessa época, havia o Std, com motor fabricado no Brasil pela Oxford que eram de baixa qualidade, enrolados com fio 32. O Geraldo criou o HS que usava enrolamento de fio 30 e havia ainda o Classe 100, com fio 29. Todos levavam o selo da loja e não era mais permitido aos pilotos enrolarem os motores. Havia uma lógica nisso, seguia o padrão internacional e nivelava bastante as provas. A sorte estava em comprar um bom induzido e montar o motor com a melhor qualidade, caso de Paulo Miran, do Amilcar, do Miram Neto, e outros que sabiam como ninguém montar um motor. Essa montagem fazia a diferença.

Em Maricá surgiu uma pista de 8 fendas com um traçado excepcional, sendo um retão com um relevê seguido de outro retão e uma curva em 180 graus com pequeno relevê e depois de uma reta pequena, uma curva de 180, plana, difícil, seguindo para o outro lado com um retão dando numa outras curva elevada que saia na entrada da retão. Era excelente pista com grandes corridas. Infelizmente a pista durou pouco tempo.

Maricá: circuito que recebeu os cobras da época numa grande festa. A pista mudou de lugar duas vezes.

Lembro-me de uma prova onde levei o Pedro, Alfredo, Clythio, Amilcar, Jairo e outros pilotos e, em Classe 100, o Pedro fez sua primeira "pole" mas ninguém acreditou no cronômetro e foi determinando que ele fizesse o tempo de novo: ele fez e baixou mais ainda o tempo da "pole". Na corrida, todavia, seu carro estava com o coletor sujo de areia e nem largou. Venci corrida por colocar "glub" na freada da curva de 180 plana e, por isso freava mais dentro do que os outros e ganhei do Almilcar por 1 barra.

Tem muita gente conhecida nesta foto de Maricá:Amilcar, Waldir e sua filha,Clythio Alfredo,Carlinhos, Nelson, Pedro, Saint Clair e outros

Em Petrópolis havia a pista do Casarini, no caminho para o Bingen, pequena de 4 fendas, chamada Hobby Mania. Durou pouco tempo e nem cheguei a conhecê-la.

Outro circuito surgido na época foi o de Friburgo, numa loja em frente a um flipper, isso por volta de 1986. Não a conheci.

Depois, dois rapazes que correram na loja antiga de Niterói, o Wellington e o Paulo, que correram na velha pista da "Estrela é o Limite", conseguiram comprar o que restava daquele maravilhoso circuito e o remontaram no estacionamento do Plaza Shopping, em Niterói, na Rua da Conceição. A loja se chamava "Pit Stop". A pista estava cheia de defeitos e era muito difícil se conseguir andar bem. Estivemos em várias corridas, mas dava vontade de desistir face às ondulações do circuito.

Pit Stop Autorama, em Niteroi
(o pequenininho ao centro é o Pedro)

Foi quando o Francisco Pinheiro, que viria a ser o dono da pista de Miguel Pereira, reformou o piso da pista e a tornou excelente novamente, com a vantagem de ser lisa e de boa aderência, sem desgastar demais os pneus como antigamente. Todavia a "Pit Stop" trocou duas vezes de lugar no shopping pois ocupava muito espaço e o empreendimento acabou falindo. Mas ali se formaram alguns bons pilotos como Eduardo Sá, de quem falaremos adiante.

As corridas de carros Standard fizeram sucesso em Miguel Pereira (ganhamos quase todas)

 

Ainda por essa época, José Luiz Miloski, ex-chefe de equipe da Brahma-Casari, equipe de automobilismo, tinha seus negócios em Petrópolis e em seu posto de gasolina, situado na Estrada Rio Petrópolis, via Quitandinha, perto do Parque Cremérie, havia um grande estacionamento subterrâneo que foi aproveitado com uma excelente pista, com sistema informatizado com uso de Apple, antigo, cujo programa foi feito por um rapaz petropolitano. Era chamada de Pônei Autorama, pista para 8 carros com um retão e uma série de meias curvas no lado oposto, que ficou sinuoso e difícil, terminando numa grande bola que dava acesso de volta à reta dos pilotos. A pista era seletiva e foi sucesso durante alguns anos.


Circuito da Ponei, em Petrópolis

Fantásticas corridas foram feitas naquela loja, inclusive um Campeonato Brasileiro para carros sem asas, onde participei de Grupo 0. Mas o Miloski era uma pessoa difícil e de maus bofes quando estava na loja que, aos poucos, foi se esvaziando.

Num segundo momento ele ainda tentou melhorar as coisas, comprando uma segunda pista, pequena, para 4 carros (acho que seria a velha pista do Casarini), que seria para as crianças brincarem e treinarem. Todavia o péssimo estado daquele pequeno circuito não agradou a ninguém e as crianças só queriam andar na pista grande e boa. De qualquer forma, o empreendimento já estava comprometido. Foi a primeira loja do Estado a ter duas pistas. César, Amilcar, Nelsinho, Blotta e outros eram as "feras" que andavam por lá.

Campeonato Brasileiro na Ponei, em Petrópolis
(Claudiinho (de bigode), Clythio de camisa Lynx,Saint Clair ao lado, etc.)

A pista da José Vicente, a Shalako, foi vendida ao Flávio Márcio e ao Cláudio Silveira que mudaram seu nome para Grid e ficando à frente da mesma o próprio Cláudio, conhecido como bom preparador e mecânico.

A Grid Autorama já com a pista nova: à direita, o Alfonso

A Cokpit foi outra pista de curta duração. Situada em Itaipu, distrito de Niterói, ficava bastante longe do Rio mas era uma boa pista, com 8 fendas e disputava com Petrópolis, a preferência dos pilotos. A pista praticamente sobrevivia de corridas pois o poder aquisitivo local era baixo e havia pouco publico em geral. A loja não resistiu.

Petrópolis teve ainda a "Gil Mania" pequena pista para 4 carros, situada num subúrbio daquela cidade e que não fez competições de vulto e o pessoal que corria nem chegou a ir lá. Teve vida curta.

Nessa época o Hotel Buscky, em Nova Friburgo, já tinha uma pequena pista para 4 carros para diversão dos seus hóspedes. A pista estava lá há até bem pouco tempo atrás.

Surgiu também em Nova Friburgo, uma grande loja, do Álvaro, que usou a pista que fora de Itaipu, mas o circuito não resistiu ao forte inverno friburguense e entortou, inviabilizando o empreendimento.

Depois de fechada a loja do Miloski, a Pônei, a pista ficou encostada à espera de algum candidato. Foi quando o Vinícius Moretson, filho do Moretson, da Hobby Sport, apareceu em cena, trocou o nome da loja para Station Hobby, apresentou mirabolantes idéias, comprou a pista petropolitana, fez uma diminuição da bola que era grande demais para o espaço da loja, O computador Apple, que era do Miloski, continuou servindo, mas pouco tempo depois a máquina, antiga e deficiente, quebrou a tive que me deslocar à Petrópolis e conversar com o rapaz que montou a máquina e fez o software para conserta-la.

Era um pessoa muito jovem, técnico em informática, que conhecia razoavelmente seu ofício e consertou o computador, refez o programa e me entregou tudo para remontar na Station Hobby, o que fiz.

As provas recomeçaram na pista da Tijuca mas notou-se que o Vinícius sequer havia entregue os prêmios do campeonato que já havia sido realizado. Com isso começou um mal estar geral. Felizmente, o rapaz afastou-se da loja e eu pude realizar o maior campeonato que já havia sido feito no Rio de Janeiro: o campeonato carioca de 1995 com 6 categorias correndo em muitas pistas diferentes.

O tiro ao alvo

Depois disso, afastei-me por um ou dois anos, tornando-me atirador olímpico, atirando com Pistola de Ar e Pistola Livre, além de incursões na Pistola Standard e Fogo Central. Comecei no Flamengo, depois fui para o Clube de Valença, depois para o CCTN e, finalmente, fui convencido pelo Sebastião Leopoldino a transferir-me para o Fluminense. Nos demais clubes nunca consegui formar uma equipe que pudesse disputar os títulos que queria. Foi no Flu que consegui ser hexa-campeão estadual de Pistola de Ar, tetra-campeão estadual de Pistola Livre e em média ganhava 80% das provas que participava. Eram mais de 18 medalhas de ouro por ano. Foram bons anos para o tiro ao alvo e para mim.

Todavia, o apelo do autorama era forte e logo voltei a correr, acumulando os dois esportes, com dificuldade.

Atirava aos sábados, correndo para ir para a pista ou mesmo faltava às provas pois ia cedo para o circuito. Aos domingos não havia problemas pois não tinha autorama. Domingo era dia de vitória no tiro ao alvo. Isso, além de desgastar e cansar, me levou a abandonar o tiro ao alvo.

Antes porém, o lado gratificante do esporte: estive nos stands de tiro do Fluminense, Flamengo, CCTN, Clube de Caça de Campos, Escola Naval, Clube de Tiro de Petrópolis, Volta Redonda, Barra Mansa, um clube em Belo Horizonte que não me lembro o nome, o Tietê, em São Paulo e ainda outros clubes também em são Paulo cujos nomes não recordo; a Vila Militar no Rio foi um caso de amor: era só ter uma prova lá que eu ia correndo; outro stand maravilhoso era o da Academia Militar das Agulhas Negras, AMAN, onde atirei desde os seus primórdios até a época em que se tornou o principal centro de tiro do Brasil, com equipamentos eletrônicos de ultima geração. Eu saía do Rio no sábado de manhã, só para treinar no fim de semana no tiro computadorizado da Aman. Era por essa dedicação ao esporte que eu tinha tantas vitórias. Foi uma época romântica e de muita satisfação na prática daquele nobre esporte.

Lembro-me que, numa prova da Escola Naval, onde eu sempre vencia, disputei com o Comandante da Escola, um duelo com revólver 38; estivemos empatados até o ultimo tiro; a decisão, como disse ele, "teria de ser no campo da honra" e, por isso, carregamos com mais dois tiros, mandamos fogo e ele venceu por 2 pontos.

Eu, Eduardo Lima e Dario Marques ganhamos muitos títulos na Pistola de Ar e na Pistola Livre

Mas, voltando ao assunto, por essa época, meu filho Pedro, cresceu e passou a gostar também do autorama. Não conseguiu se adaptar ao tiro ao alvo e ficou apenas no autorama. Começou correndo com os carros Std de 1/32 onde foi campeão de Principiantes e não parou mais.

Surgem várias pistas

Um pouco antes de voltar a correr com constância, verifiquei que havia aparecido na Hobby Sport um rapaz comandando as corridas, chamado Paulo Miram: um bom piloto e bom organizador. Aliei-me a ele e voltei, pouco a pouco, a comandar as corridas, passando a ele minha experiência em organização de provas.

Paulo Miran comandou as corridas na segunda pista da Hobby Sport

Novas pistas foram surgindo.

A Shalako foi vendida e tornou-se a Grid, agora na Rua José Vicente e passamos a dedicar-nos mais a 1/24 que foram tomando espaço dos carros de 1/32.

Passados alguns anos, as corridas na Hobby Sport continuavam a ser de Classe 100, Std e Hs.

Todavia, chegou uma época em que eu consegui um acerto de chassi e motor de Classe 100 tão bom que ganhei duas vezes seguidas o campeonato e, quando veio a nova temporada, ninguém queria mais correr de Classe 100 pois eu tinha um carro quase imbatível. Foi uma coisa engraçada.

Um tributo ao Classe 100: com seu chassi de latão rígido e centro pendular, foram os carros mais difíceis de guiar que conheci; o motor tinha muita potência e o chassi, literalmente, quase não fazia curva; assim, guiar um Classe 100 era uma tarefa árdua, porém sensacional.

Mas, chegou o dia em que a velha pista de 6 fendas da HS foi substituída pela pista da Pônei Autorama, de Petrópolis, um enorme circuito de 8 fendas informatizado, com 33mm de extensão que pertencia ao Miloski e era apenas para os 1/24.

O filho do Moretson, Vinícius, assumiu o controle; o Cláudio Amoy "Barba" entrou com algum dinheiro na pista e a loja passou a chamar-se Station Hobby. Vinícius que também era músico, trouxe bastante material, agitou prometendo mundos e fundos e viagens como prêmios, etc., mas, como tudo o que ele começava, não levou avante e envolvido com alguma coisa que não veio claramente à tona, sumiu e deixou muitas dívidas para o pai, com trapalhadas seguidas, não entregando prêmios e me comprometendo inclusive com os pilotos. Felizmente todos ficaram cientes de que era o Vinícius o trapalhão.

As provas cessaram, os pilotos e clientes sumiram, até que reassumi e voltei a fazer as corridas com muitos pilotos.

Chegamos a uma era mais moderna, com o surgimento de várias pistas.

Surgiu uma pequena pista em Miguel Pereira, a Twins GP, do Francisco Pedrosa, rapaz que era conhecido por consertar máquinas de lavar roupa. Francisco tinha sido o responsável por refazer o piso da pista de Niterói, da Pit Stop. Um circuito para 6 carros, foi construído em material leve que empenava e o retão era em descida indo para a bola. A pista tinha defeitos mas boas corridas foram realizadas lá. Fiz corridas com mais de 15 pilotos que iam do Rio para Miguel Pereira.


Twins GP, em Miguel Pereira

Depois foi o Alexandre Muniz, conhecido piloto da Station Hobby e da Grid que ficou com a velha pista de 6 fendas da Hobby Sport e a colocou no River Clube, na zona norte da Cidade. O Clube, todavia, não tinha qualquer estrutura e a pista só funcionou por uns 3 meses.

Daí, surgiu na Av. Copacabana, numa galeria, o Autorama Gigante, em Copacabana, pista do Luiz Augusto e sua mulher, Cláudia, que ele chamava a todo instante de "amor"; isso era motivo para muitas piadas entre o pessoal; a pequena pista de 6 fendas, em forma de oito, também construída em material de segunda categoria, empenava muito. Um circuito fácil, rápido, para os carros de 1/32. Os G 0 de 1/24 e os Nascar andavam lá mas a pista não era boa para eles.

Copacabana: circuito gostoso de muitas vitórias nossas

O problema da pista era o próprio Luiz; pessoa de trato difícil e que nada conhecia de autorama e queria criar regras absurdas e tinha idéias mirabolantes que nunca funcionavam. Pessoa instável emocionalmente, fez um monte de bobagens que culminaram quando eu levei para fazer uma matéria sobre a pista e o autorama, uma equipe do Jornal O Globo, do Globinho Infantil, que sai aos domingos com 1 milhão de exemplares. O pessoal esteve na loja fotografando e preparando a matéria e o Luiz colocou todo mundo para fora pois tinha que fazer uma "corridinha da loja" e eles estavam atrapalhando...

Constrangidos, fomos todos para a Station Hobby onde foi feita uma excelente matéria publicada no Globinho de Domingo, com muitas fotos e grande sucesso.
Esta matéria deixou de ser feita na pista de Copacabana e foi realizada na Station Hobby; a matéria ocupou também as páginas centrais do Globinho.

Depois, veio a Marcas e Pilotos, em Petrópolis, pista de alta com um esse no meio da reta tornando-a difícil. Ficava num shopping e tinha muito movimento. Otávio e seu sócio comandavam tudo, com bom atendimento. Muitas grandes corridas foram realizadas naquele circuito. O pessoal do Rio subia em peso para as provas de lá.

Com o crescimento do autorama, as provas importantes foram se multiplicando.

Foi também nessa época que a Grid trocou sua pista e colocou um excelente circuito para 8 carros, informatizado, em forma de 8 comprido e com a volta em forma de esses para se entrar no retão dos pilotos. Ali estava o segredo da pista: quem era rápido ali era rápido na pista.

O circuito da Grid com uma das corridas de maior público: Nascar

A velha pista da Grid, depois de alguns meses desmontada foi vendida para o Carlos Neves, antigo piloto carioca que morava em Miguel Pereira e que a colocou no que seria o terraço de sua casa, depois de uma reforma que o transformou em galpão.

Flash Racer: pista remontada em Miguel Pereira

Começou em Miguel Pereira a briga pelos clientes, com o Francisco se queimando com êles pela sua forma estranha de tratá-los. Em sua briga com o Carlinhos, este era mais hábil no trato com os clientes e foi ficando com êles.

Ao cabo de alguns meses, o Francisco fechou a loja por falta de clientes e reabriu-a, com uma pequenina pista para 8 carros 1/32 no terraço da casa de sua sogra, em outro bairro de MP. Porém, nem mesmo essa segunda tentativa foi feliz. Lembro-me que fomos passar um fim de semana naquela Cidade e deixei a família no hotel e fomos para a pista, eu e o Pedro. Era corrida de F-1 STD: fiz a pole, tive problemas na primeira fenda e saímos antes de terminar a prova pois tínhamos outros compromissos, mas estávamos em 1º e 2º lugares.

Corrida em Miguel Pereira: Pedro, Francisco, Kryssian, Marcelo e outros

Em Petrópolis tivemos uma série de pistas, começando pela Ponei Autorama, da qual já falamos, seguindo-se outras mas as mais importantes foram a pista instalada num shopping no Centro, a Marcas e Pilotos, e a MKR Automodelismo, pista do portugues Carlos, com 65 metros de extensão, construída à mão por ele mesmo e com apenas 2 pontos de alimentação: ou seja os carros não andavam por não receberem corrente suficiente. Fechou por brigas familiares. Estivemos lá na inauguração e depois na "Prova Gualter Salles" de Grupo 0 com 2 horas de duração, na qual vencemos à Equipe Lynx, do Jairo, por apenas 1 volta. O prêmio foi entregue pelo próprio Gualter Salles.

MKR: foi o maior circuito do Brasil (e o pior também) localizado em Petrópolis.

Na Barra, tivemos a Lynx Barra, instalado no Piquet Kart Center, empreendimento que não deu certo e arrastou economicamente a Lynx como ele.


A Lynx-Barra ficava no Piquet Kart Center mas uma chuvarada acabou com a pista que era de papel prensado (era a segunda pista usada na Grid)

Em Niterói surgiu uma pista de alta velocidade e bom traçado, construída pelo Clythio: a Autoramania. Até um Campeonato Brasileiro foi realizado lá. Eduardo Sá não conseguiu segurar o negócio quando estava instalado na Rua 7 de Setembro e infelizmente fechou a loja mas recuperou-se abrindo de novo o circuito em sua pizzaria, também em Niterói, no bairro Charitas.

Autoramania - a ótima pista de Niteroi montada pelo Eduardo Sá.

Um pequeno circuito - uma pista velha - em forma de 8, foi remontado em um shooping na Ilha do Governador mas não resistiu à falta de clientes.

A Ilha do Governador teve sua pista

Em São Paulo, apesar da crise financeira, algumas lojas conseguiram resistir ao tempo e - merecido registro - a Red Fox do Luiz "Gugu" Bernardino, é uma delas. Até pista para eventos o Gugu criou. Em uma ocasião, essa pista foi montada no saguão do Hotel onde estavam os pilotos de Fórmula 1 e houve uma corrida com a participação de alguns deles, sendo uma brincadeira que antecedeu ao Grande Prêmio. Os carros e reostatos ficavam nas fendas e os pilotos trocavam de pista. Até o locutor Silvio Luis participou da alegre brincadeira.


Esta pista foi construída para eventos como o da F-1 em São Paulo: isto é - era facilmente desmontável.

Num registro sobre a história do Automodelismo de Fenda, não poderíamos deixar de falar em alguns monstros sagrados como o Gugu e o Clythio. Suas conquistas a nível nacional e os títulos de campeões mundiais que obtiveram fazem com que mereçam destaque nesta história que ora lhes conto.

Ainda na mesma categoria, mas com menos titulos estao o Ricardo Felauto, da Silverstone e o Santiago Vicente, ambos pilotos, lojiostas e construtores de renome

Justiça, ainda, ao Jairo Lima, que, daquele tormentoso adolescente, tornou-se boa pessoa, bom amigo, bom construtor e excelente preparador de carros de corrida. Parabéns a ele.

Aproveitando o ensejo de falar sobre as novas pistas, tento lembrar-me dos nomes dos pilotos, mas, voces sabem, a memória é falha. Perdoem-me aqueles que não citei os nomes:

Hobby Sport/Station Hobby- Sergio "Militante", Berolatti, Claudio Amoy "Barba", Carlos HP, Luiz Mora, Bruno Mora, Bruno Passos, Frank Santos, Paulo Miran, Miran Neto, Alexandre Muniz, J.C. Borges, Sergio Homem, Joaquim Lauria, William "Cabelinho", Amilcar Amarante, Alfonso Mancebo, Andre Acker, Flavio "Cabeludo" Araujo, Carlos Torres, Marcelo Berolatti, Carlos Marino, Marcos Silva, Buda, Iran Roberto, José Menezes, Carlos Neves, Amauri,

Estrela é o limite - Sergio Ario, Sérgio Gizerman, Daniel Gizerman,

Pit Stop - Wellington, Eduardo Sá,

Twins/Flah Racer em Miguel Pereira - Francisco, Carlinhos Neves, Marcelo,

Ponei Autorama - Cesar, Amilcar, Otavio, Levi Filho, Rubens,

Shalako/Grid - Sunclair, Claudio Silveira, Luis Carlos, Alfredo, Menezes, G2, Cesar Blota, Adamur Menezes, Leandro, João Carlos, Kryssian, Leandro Lora, Rodrigo Santoro, Nilo Sergio, Ivan Tavares, Rodrigo Souza, Fabio, Flavio Marcio, Renato HP, Kiko Blotta (adorável menino), Márcio Pecego,

Lynx - Rodrigo Rosas, Leite, Jairo Lima, Clythio, Amilcar, Cesar, Fernando Crazy, Marcelo Gianetto, Marcelo Gondim, Marcelo Queiroz, Ricky, Petrocinio, Luizinho, Marcius Ferrari, Pedro Ferrari, Octavio Meira, Luiz Carlos, Kinho, Ivan Junior,

Autoramania - Eduardo Sá, Álvaro, Roberto, Marcus Vinicius,

1995 - um grande ano

Em 1995 foi um ano importante onde, entre outras coisas, consegui uma façanha até então tentada e nunca conseguido por ninguém no Rio de Janeiro.

De junho a dezembro foi realizado o Campeonato Carioca correndo nas pistas da Station Hobby, Grid, Autorama Gigante, Flash Racer, em MP, Marcas Pilotos, em Petrópolis. Foi um sucesso de pilotos, publico, cobertura da mídia e tudo o mais. Mas deu tanto trabalho que, em dezembro, ao final do Campeonato, decidi ser apenas piloto e nunca mais organizar nada.

Station Hobby: tudo começou quando lá ainda era a Hobby Sport

Por essa época, Pedro já vinha se mostrando hábil no trato com os carros. Daquele garotinho que tinha dificuldade em colocar uma simples chave Allen num parafuso, Pedro tornava-se, pouco a pouco, mecânico. Começava a ser bom preparador de chassis e eu cada vez mais fui deixando de lado a mecânica e passando quase que só a pintar carrocerias. Ele começou a ser mais e mais rápido, destacando-se nas provas de 1/32 e logo depois em 1/24.

Foi nesse ano que estivemos em S Paulo, disputando uma prova de Campeonato Mundial, a 1ª vez que tal se realizava no Brasil.

Red Fox: aqui foi realizada pela primeira vez uma prova do Mundial, no Brasil

As provas foram de carros "local class", que eram os Grupo 12 Light, réplicas dos carros do campeonato alemão de turismo - DTM - e Grupo 20 Pró. Do Mundial foram as provas de G 27 e Força Livre, esta sendo vencida pelo Gordo, de SP.

Mas a interessante prova de 12 Light começou comigo disputando ferozmente com o alemão "Frog" a liderança até que o alemão tentou me bater no curvão mas errou o alvo e acabou quebrando seu carro inteirinho e venci a primeira bateria de 12 Light jamais realizada.

Pedro brigou com Ricardo Felauto durante toda sua bateria e classificou-se para a semifinal. Para a semi, pedi ao mecânico e preparador do Felauto, Caloi, para remontar o carro do Pedro para vermos o que ele ia fazer: não fez nada que não soubéssemos. De nada serviu sua ajuda mas serviu para que soubéssemos que sabíamos montar e preparar um carro.

Na semi Pedro ralou duas vezes a coroa na penúltima fenda e não deu tempo para recuperar. Não havia nada de errado com o carro mas 2 coroas ralaram e mesmo assim Pedro não foi para a final por barra. Uma pena pois brigou com o Ricardo, novamente, até a penúltima fenda e Ricardo foi o vencedor da prova o que nos deixou com a impressão que seria Ricardo ou Pedro, o Campeão. Foi uma experiência fantástica.

Na corrida de G 20 Pró, eu tinha 1 motor e Pedro tinha 2. P foi o primeiro a fazer tempo e bateu, logo, os recordes de tempo, paulista, depois brasileiro e depois sul-americano. Só que o motor do Pedro andava pouco e ele ficou com 44º tempo. Mas ficou o prazer de haver batido tantos recordes em sua primeira participação internacional importante em carros com asas.

Na corrida, uma pobreza: sem motor para acompanhar a turma Pedro limitou-se a andar e aprender a montar carro, asas e outros detalhes. Minha participação foi ainda mais discreta, nem terminando a corrida para deixar o motor para o Pedro em alguma eventualidade.

Modelo do escudo da 2ª camisa da equipe SR

Pedro voltou a Sao Paulo para participar de outras provas e as vitórias começaram a surgir naturalmente.

Carros da Equipe: Nascar Pedro, Nascar Jorge, G.0 Pedro, G 0 Jorge, Classe 100 Jorge, Classe 100 Pedro, Standard Jorge e G 20 Pedro

 

Os anos de ouro

Os anos de 1996 a 1999 foram os anos de ouro da Equipe Silva Ramos, então constituída por mim, pelo Pedro, agora Pedro Silva e pelo José Carlos Borges, que voltou a competir. As cores eram as mesmas, vermelho, azul e branco, predominando o vermelho nos meus carros, branco nos carros do Pedro e azul no do Borges.

A Equipe Silva Ramos dos tempos modernos: Pedro Silva, Silva Ramos e J.C. Borges

 

Eis alguns resultados do Pedro:

Ano

Loja

Torneio

T.tempo

Resultado

1990

Hobby Sport

Camp. Principiantes

-

1992

Shalako

Torneio Parma 1/32

-

1994

Hobby Sport

Torneio Classe 100

-

1995

Autorama Gigante

Campeonato Std

-

-

-

Camp. Carioca - geral

-

1996

Autorama Gigante

Camp. Std

-

-

Grid

Torneio Nascar

-

-

-

Copa Rio Grupo 0

-

-

-

12 Hs São Paulo Grupo 0

-

-

MKR

4 Hs Grupo 0 (prova Gualter Salles)

-

-

-

4 Hs Petropolis

-

-

-

Camp. Carioca Endurance Grupo 0

-

--

-

Camp. Carioca Nascar

-

-

-

Camp. Carioca Grupo 20 Light

-

-

-

Camp. Carioca Grupo 20 Pro

-

-

--

Camp. Carioca Eurosport

-

-

-

Camp. Carioca Grupo 0

-

--

-

Camp. Carioca Grupo 12 Pro

-

-

-

Camp. Carioca geral

-

-

-

Camp. Carioca equipes

-

1997

Lynx

4 Hs Grupo 0

-

-

Lynx

2 Hs Nascar

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 1ª etapa

-

1º (recorde)

-

Lynx

Torneio Grupo 12 - 1ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Nascar - 1ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 1ª et

-

-

Lynx

Torneio Nascar - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 2ª et

-

-

Lynx

Torneio Nascar - 3ª etapa

-

-

Lynx

Camp. Nascar - 1º semestre

-

-

Lynx

Torneio Eurosport - 3ª etapa

-

-

Lynx

Camp. Eurosport - 1º semes

-

-

Lynx

Camp. Grupo 12 - 1º semes

-

-

Lynx

Camp. Brasileiro Nascar

-

-

Lynx

Camp. Brasileiro Grupo 0

-

-

Lynx

Camp. Brasileiro G 12 Pro

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 4ª et

-

-

Lynx

Torneio Grupo 12 - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 5ª etapa - noturna

-

-

Autoramania

Grupo 12 Pro

-

--

Lynx

Torneio Grupo 20 Light - 2ª etapa

-

-

-

Torneio Eurosport - 3ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 20 Light - 3ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 20 Light - 4ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 20 Light - resultado

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 4ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 2º semestre - resultado

-

Campeão

-

Lynx

Torneio Grupo 12 - 4ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Eurosport - 4ª et

-

-

-

4 Horas Nascar

-

-

Lynx

Torneio Grupo 12 - 5ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 12 Pro -2º sem. - resultado

-

Campeão

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 7 etapas - resultado

-

Campeão

-

-

Camp. Carioca Eurosport - 1ª et

-

-

-

Camp.Carioca Grupo 12 - 1ª et

-

-

-

Camp. Carioca Eurosport - 2ª et

-

-

-

Camp.Carioca Eurosport - resultado

-

bi-Campeão

-

-

Camp. Carioca G 12 - 2ª et

-

-

-

Camp.Carioca G 12 Pro - resultado

-

Campeão

-

-

Camp.Carioca Endurance Nascar - 1ª etapa

-

--

-

Camp.Carioca Grupo 0 - 2º et

-

-

-

Camp. Carioca Endurance Nascar - 2ª et

-

-

-

Camp. Carioca Endurance Nascar - resultado

-

Campeão

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 3ª etapa

-

1998

Marcas Pilotos

Endurance Grupo 0

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 1ª etapa

-

-

Lynx

Torneio G 12 World - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 5ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - resultado

-

--

Lynx

Torneio Nascar - 1ª etapa

-

-

Red Fox

Camp. Brasileiro Nascar

-

Lynx

Torneio Nascar - 6ª etapa

pole

-

Autoramania

Torneio Grupo 0 - 3ª etapa

pole

1º (recorde)

 

José Carlos Borges, nosso grande amigo a quem devemos tantas gentilezas, além de ser um grande piloto

No Campeonato Brasileiro de 1997, realizado na Lynx, a Equipe Silva Ramos tornou-se Vice-Campeã Brasileira de Endurance de Grupo 0. A Equipe colocou ainda Pedro Silva e J.Borges entre os 16 semi-finalistas dos 64 inscritos em Grupo 0 e Pedro foi 5º na final de Grupo 12 Pró, sendo também Campeão Brasileiro de Nascar.

Alguns resultados meus:

Ano

Loja

Torneio

T.tempo

Resultado

1974

Hobby Sport

Camp. Carioca Principiantes

-

1975

Hobby Sport

Camp. Carioca F.Livre

-

1976

-

12 Hs. Força Livre 1/24

-

1978

-

II 6 Hs. Força Livre 1/24

-

1979

-

Torneio força Livre

-

1988

Hobby Sport

Torneio Classe 100

-

1989

Hobby Sport

Torneio Classe 100

-

-

-

Torneio de Maricá

-

1990

Hobby Sport

Torneio Férias Std

-

-

Hobby Sport

I 2 Hs Standard

-

-

Hobby Sport

I 2 Hs Classe 100

-

1991

Hobby Sport

II e III Torneio Std

-

-

Hobby Sport

II Torneio Classe 100

-

1992

Hobby Sport

I e II Torneio Classe 100

-

1993

Twins GP

I 2 Hs de Std

-

1994

Station Hobby

I 2 Hs Std

-

-

Twins GP

II 2 Hs Std

-

1995

-

Camp. Carioca Grupo 0 1/32

-

1996

Autorama Gigante

Camp. Std

-

-

MKR

4 Hs. Grupo Zero (Prova Gualter Salles

-

-

Autorama Gigante

2 Hs Grupo Zero

-

-

Camp. Carioca Nascar

-

-

Camp. Carioca Grupo Zero

-

-

Camp. Carioca por Equipes

-

1997

Lynx

2 Hs noturnas Nascar

-

-

Lynx

2 Hs Nascar

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 1ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Nascar - 1ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 1ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Nascar - 3ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 3ª etapa

-

-

Lynx

Camp. Brasileiro Grupo 0 Endurance

-

-

Lynx

Camp. Brasileiro Grupo 0

-

18º

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 4ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - 5ª etapa (noturna)

-

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - 4ª etapa

-

-

Lynx

Torneio 2 Hs Grupo 0 - resultado

-

1998

Lynx

Torneio Grupo 0 - 2ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Nascar - 4ª etapa

-

-

Lynx

Torneio Nascar - 5ª etapa

-

1º (recorde voltas)

-

Lynx

Torneio Grupo 0 - resultado

-

Na história, deve ficar registrado a interferência do Clythio em resultados do Pedro. No Brasileiro de Nascar, todos tinham problemas de carroceria e os carros estava indirigíveis. Pedro classificou-se para a final e o Clythio disse: "me dá o carro!" Quando começou a bateria final, Pedro simplesmente desapareceu na frente do pessoal com o carro refeito pelo "mago".

A montagem e preparo feitos pelo Clythio deram o Brasileiro de Nascar ao Pedro Silva

Outra história diz respeito aos campeonatos carioca de Eurosport, categoria que nem tínhamos carro. No primeiro Pedro correu com chassis emprestado, carroceria do Alfonso e motor - o pior - que o Clythio podia emprestar. Deu Pedro. No ano seguinte, Clythio nao estava a fim de emprestar motor para o Pedro mas chegou atrasado para a corrida, não pode fazer direito seu carro e saiu ainda na segunda fenda, irritado. Me chamou e jogou o carro, de longe, para mim que dei uma de goleiro para pegar o carrinho. O motor foi para o carro do Pedro e: bi-campeão estadual de Eurosport. Não poderia deixar de registrar o apoio do Clythio a quem agradecemos de coração.


Clythio e Pedro Silva: uma dupla do barulho

Em 1998 Silva Ramos tem chegado sempre entre os 5 primeiros em provas de Grupo 0 realizadas na Lynx e, no Torneio de Nascar, em uma das provas realizada, fez a pole, venceu a prova, fez a melhor volta da corrida e ainda bateu o recorde de voltas. Seu carro foi preparado por seu filho Pedro Silva. A Equipe SR participou do Campeonato Brasileiro de protótipos, na Red Fox, em São Paulo, mas este ano só conseguiu o 4º lugar em Nascar com Pedro Silva.

Em 1998 correndo pela Equipe Lynx, com Clythio Buggenhoult e Marcius Ferrari, foi o 2º colocado nas "4 Horas de Grupo 0" de Belo Horizonte. Pedro continuou vencendo provas seguidas e agora é o preparador dos meus carros. No Brasileiro de protótipos deste ano, Pedro foi 4º colocado em Nascar. Agora, Pedro está correndo na pista da Autoramania, em Niterói, com chassis Santiago, de Grupo 0, com motor preparado pelo Dudu Dulac, de Porto Alegre, um especialista em carros Santiago. Na primeira prova, Pedro bateu os recordes de tempo e de voltas.

Sobre correr com carros do Santiago, há uma história que pouco conhecem.

O Santiago Vicente é conhecido fabricante de equipamentos para preparo de carros de autorama; faz chassis; prepara seus proprios carros; etc. Num determinado perído, tive a oportunidade de hospedar o "gentleman" Santiago em minha casa, por duas vezes, por ocasião de um campeonato brasileiro. Conversa vai conversa vem, combinamos que iríamos esperimentar correr com os carros dele que já viriam preparados de São Paulo. Isso ocorreu e a confusão foi enorme. Ciumes do pessoal da Lynx, tanto da loja quanto da equipe. O Jairo inconformado. A pressão foi enorme. Numa prova em especial, a pista da Lynx estava muito glubada e o Pedro fez minha mecânica, cortando os pneus traseiros ao mínimo para o carro se sustentar. A turma dizia que eu andava com tres pneus: dois na frente e um atrás. Ganhei a corrida com o Pedro em segunda apenas uma barra atrás. A briga foi enorme. A partir daí, deixaramd e glubar a pista para os chassis Santiago nao andarem bem, pois precisam de glubs para aderir. De tanto sermos pressionados, desistimos de correr com os carros dele que chegaram à sofisticação de virem preparados pelo Dudu, da Dulac, em Porto Alegre. De toda sorte, foi uma época de ouro e deixo aqui os nossos agradecimentos ao Santiago.

 

Os carros - G0 e G 12 - com chassis do Santiago, vinham preparados de São Paulo e às vezes da Dulac, em Porto Alegre O G20 também andava muito

Alguns resultados do Pedro: Torneio Lynx 98/I G 0 - 2º Torneio Lynx Nascar/II - 1ª etapa - 1º Camp.Brasileiro Nascar - R.Fox - 4º Torneio Lynx Nascar II - 6ª etapa - 1º (recorde pole) Torneio Autoramania G 0 - 3ª etapa - 1º (pole/recorde)



A partir de 1999 nossas participações começaram a diminuir face aos altos custos para se manter tantos carros de ponta. O preço de tudo tornou-se absurdo e o slotcar caiu bastante no Brasil.

Em 2000, Pedro Silva competiu apenas nas provas de GT1, com motores de G0 tendo vencido o Campeonato na Lynx.


Este foi um dos principais carros de G 0 que usamos em corridas

G 0 usados num Campeonato Brasileiro em São Paulo, na Red Fox

Aqui o carro Nascar com chassis JK que nos deu inúmersa vitórias
Std


Este era um G 12

Std com carroceria de protótipo que venceu muitas provas

A Station Hobby fechou por falta de clientes; a Lynx fechou devido a problemas administrativos que redundaram na falta de clientes, insatisfeitos com o que ocorria por lá; a Flash Racer fechou porque o Carlinhos mudou-se para Juiz de Fora; a Autoramania fechou por problemas financeiros e o Eduardo a reabriu em outro ponto de Niterói onde tem um segundo negócio. Em Petrópolis todas as pistas fecharam por problemas financeiros.

Com isso restaram a Lynx Outlet, no Norte Shopping com uma pista boa embora pequena e a nova Autoramania, em Charitas, Niteroi.


Carroceria e chassis (Lynx) de Grupo 20

Carroceria e chassis (JK) de Nascar com motor Trinity

Carroceria Sigma (Maeda) e chassi Std com motor Estrela

Carroceria de Turismo com chassis Std com flip-flap e motor Estrela

"In fine" restaram muitas recordações boas e ótimas; a sensação de haver feito alguma coisa; ter conhecido muita gente e feito muitos amigos e deixar como fruto, um filho maravilhoso.
Foi muito bom poder contar a vocês o que foi uma vida cheia de aventuras e competições!


FIM da 1ª parte

 

 

NO ÁDITO

   Este Apêndice continua a retratar algumas lembranças que tenho sobre minha vida em geral, sobre minha vida esportiva no autorama.

   Como eu havia dito, alguns vão gostar de se ver retratados aqui, outros nem tanto.

   De qualquer modo, faço este Apêndice com documentos que achei perdidos em algum lugar e pareceu interessante apresentar.

   Encontrei material sobre o Grêmio Carioca de Automodelismo, um marco na história do autorama; sobre a corrida de Goiânia; sobre a pista do Méier e sobre a de Niterói; especialmente sobre as muitas publicações em jornais e revistas divulgando o autorama.

   Esse material foi feito com carinho para vocês.

a

 

O INÍCIO

Lembranças do período em que tudo começou, condensando assuntos de vários capítulos do nosso livro

Encontrei uma série de fotografias em slides que digitalizei e, por isso, as fotos não estão muito boas.  Mas, o importante é lembrar do que houve.

O assunto vai em forma de fotos-legenda.
“Agora que tinha um apartamento grande com um quarto sobrando, acoplei uns cinco autoramas e passei fiação por baixo dos trilhos e preparei uma ligação por bateria” (E tudo começou)

Esta foi a única foto que encontrei daquela enorme pista; as duas retas paralelas que você vê ao fundo, iam até o banheiro, do outro lado do corredor;  a parte que atravessava o corredor era desmontável, por razões óbvias.

   O uso de bateria de carro permitia mais e melhor corrente elétrica do que com transformadores Estrela que não foram projetados para esse comprimento de pista.  Foram muitos dias passando fios por dentro dos trilhos das pistas que não aceitavam soldagem e às vezes havia falha de corrente em algum trecho.

“Foi daí que comecei a correr em pistas de amigos e, na Rua Cesário Alvim havia um jovem engenheiro baiano, dono da casa, chamado Paulo e seu amigo Careca” (E tudo começou)

Eis a pista do Paulo, com o “Careca” ao fundo, de camisa branca.

Muitas boas corridas foram disputadas nesse circuito com carros Standard e Classe 100; havia uns 5 ou 6 pilotos correndo nos fins de semana e às vezes, até nas tardes dos dias da semana, quando chegávamos cedo do trabalho.

Mas, o gostoso era a mecânica para preparar os carros adaptando-se àquele tipo de pista, de plástico.

A “frota” de carrocerias que eram usadas nos Classe 100 e nos Std da época; chassis em linha com motor Estrela (leia-se Oxford) standard ou preparado.

Esta foto e a do livro acima já apontam a segunda pista da Hobby Sport, com 6 fendas.  Não consegui encontrar foto da pista de 4 fendas.


“Esse início na Hobby Sport foi a época de grande pilotos, ...”  (As primeiras pistas no Rio)

À esquerda, ao lado do garoto está o Maeda; acho que ao seu lado, o Menezes, uma moça e o Carlos HP. De blusa vermelha, o falecido Sérgio “Homem”.

Não há como saber-se se a corrida era de Std ou Classe 100, mas havia bastante gente correndo e olhando.

Este é o Fórmula 1 com chassi e carroceria Maeda; motor Estrela (leia-se Oxford) standard; pneus traseiros de espuma macia.
Esta Ferrari ao lado, andava tanto na Hobby Sport quanto no Méier; chassi Maeda de Classe 100 com motor reenrolado com fio 29; pneus traseiros Riggen.

Este chassi abaixo seria de um carro Standard, mas está altamente mexido e preparado; o centro de alumínio está cheio de chumbo, assim como as cortadas laterais;  notem os dissipadores no motor de fio 27; algumas carrocerias derretiam na parte que ficava sobre o motor.

Mais uma vez vemos abaixo o Marcos Silva, desta feita na pista do Méier, pilotando um carro da Equipe SR.

Acima dois carros com chassi standard em linha, carrocerias de turismo e de fórmula, esta já num modelo novo, criada pelo Geraldo da Hobby Sport, depois da saída do Maeda. As corridas de turismo e de fórmula eram muito concorridas.
A carroceria de Lola T70 mostrou-se ótima durante um bom tempo; os Classe 100 eram muito rápidos com elas; notem que, no chassi, está a cabecinha de um piloto que apareceria pelo vidro dianteiro.

Estas foram algumas das nossas recordações que trouxemos até você leitor.

GRÊMIO CARIOCA DE AUTOMODELISMO
Eleições de 1974

Em agosto de 1974 – ata que encontramos – os sócios do GCA reuniram-se na Hobby Sport para eleger o presidente da Comissão Carioca de Automodelismo que funcionaria junto à Federação de Automobilismo do Rio de Janeiro. De se notar a participação ativa do Maeda nessa época, dando todo apoio ao Grêmio.

Essa Comissão funcionou inclusive junto à Confederação Brasileira de Automobilismo – CBA.

Essas informações demonstram que uma entidade com diretoria ativa, pode levar o automodelismo para frente, inclusive em nível de clube filiado a uma Federação de Automobilismo.

Infelizmente hoje em dia não há mais Clubes registrados, com CNPJ, Alvará nem demais determinações legais.

Eleição de 1979

Outra ata que encontramos, reporta-se a fevereiro de 1979, com o GCA atuando ativamente no automodelismo, congregando os pilotos do Rio e de Niterói, como se vê pelos nomes dos presentes àquela Assembléia.

Na ocasião foram eleitos os membros do Conselho Deliberativo, e outras providências. O interessante da leitura é ver-se como as coisas funcionavam naquela época de ouro do autorama. Para os saudosistas, abaixo estão as cópias das páginas do rascunho da ata, na íntegra.

DOCUMENTOS DO GRÊMIO CARIOCA DE AUTOMODELISMO

O Clube fez história, organizou muitos campeonatos e teve grande prestígio (“E tudo começou”).
O GCA, fundado em 1973, começou a funcionar em minha casa, na Rua São Clemente, conforme contei no capítulo “E tudo começou” do nosso livro “O Autorama, uma Paixão”.

Foi um dos primeiros, senão o primeiro clube oficial, registrado na Federação de Automobilismo e na Confederação Brasileira de Automobilismo, inclusive com direito a voto naqueles órgãos.

            Fui o primeiro Presidente, seguido pelo piloto Allan Jacquemin, ocasião em que passei a comandar a Divisão de Automodelismo de Fenda, havendo também a divisão de Automodelismo Rádio Controle. Nesse momento a sede do clube passou para a Rua México, no escritório do Allan.   Foi uma época de muito trabalho burocrático que rendeu frutos, uma vez que as corridas eram bastante concorridas, com muitos pilotos, registradas oficialmente naqueles órgãos.            

Como é natural, houve troca de correspondências entre o GCA e a FAERJ, entre a FAERJ e o Conselho Nacional de Desportos – CND – dentro do próprio Grêmio, etc., tudo voltado para a parte legal da Entidade.

Encontramos cópia dessa documentação que ilustra o trabalho desenvolvido à época.
Esta carta visava solicitar inscrição na prova “12 Horas de Força Livre 1/24”, em São Paulo

Carta do GCA ao CND

Carta da FAERJ ao Grêmio

O Grêmio oficiou a Brinquedos Estrela sobre o Campeonato Nacional Estrela

Aos saudosistas, as cópias desses documentos fazem lembrar uma boa época do autorama, onde a seriedade imperava.

PROJETOS DOS CARROS
Até isso era controlado pelo Grêmio

O GCA fazia questão de ter em seus regulamentos, o máximo de detalhes sobre os carros; isso incluía seus desenhos, como se vê abaixo.

O Maeda e mais algum piloto, isso nos idos de 1974/1975, fazia o desenho dos chassis que construía e eles serviam de norma para a vistoria.

Todos os carros eram construídos de acordo com essas especificações; foi uma época de evolução nos motores da Estrela e a cada nova remessa eles vinham com mais giros o que obrigava todos a estarem sempre comprando os novos.

Esse chassi de Força Livre foi usado com diferentes motores; por uma época, ele foi usado com motor de Grupo 0, sendo um dos carros mais difíceis de pilotar que já inventaram.

MODEL CAR
Uma revista famosa

Esta revista foi um marco na história mundial do autorama, também pelos idos de 1970 e poucos, nos EUA. Ela retratava as corridas e parte técnica das provas nos Estados Unidos.

Achei apenas este exemplar, que fica como mais uma recordação de como o autorama já  foi evoluído no mundo.

GRANDE PRÊMIO NACIONAL ESTRELA
Ajudamos a organizar e participamos – década de 70

Sobre esse campeonato, organizado pelo Newton Silva, de Brinquedos Estrela, já contamos algumas passagens em nosso livro.

Ao achar o impresso acima, fica o registro de um período em que os carros 1/32 dominavam e a Estrela lançava seus “autoramas” seguidamente, usando como mote, o nome dos pilotos brasileiros que corriam na Fórmula 1 da época.

Pista do campeonato nacional Estrela colocada no Clube de Regatas do Flamengo em sua sede da Praia do Flamengo.

MATÉRIAS EM JORNAIS
Matérias publicadas em jornais e revistas
  

Conforme consta do nosso livro, durante muitos anos escrevi para vários jornais e revistas, inclusive internacionais.
Encontrei posteriormente à edição do livro, diversos recortes que apresento abaixo, tanto sobre corridas de automóveis como de autorama, como boliche, etc.
Os recortes falam por si mesmo e são uma leitura interessante, pois revelam os acontecimentos daquela remota época.


A Tyrrel de 6 rodas foi uma atração.

O boliche também tinha cobertura dos jornais da época.

CORRIDA EM GOIÂNIA
A famosa Model Car - 1980

A corrida em Goiânia foi um evento épico; após trocar correspondência com os donos daquela loja, conseguimos apoio da FAERJ e lá fomos eu e o José Menezes, representando o Estado do Rio de Janeiro e o GCA, correr de Força Livre nas “12 Horas de Goiânia”, isso em 1980 e não em 1979 como está no nosso livro. Às vezes nos perdemos no tempo. Levamos alguns motores emprestados, chassis com rolamentos, etc.

Troca de correspondência com a Model Car

Aspecto da pista da Model Car, em Goiânia

Sem contar que quase perdemos o avião por distração no aeroporto, a Prova Independência foi legal, pois era uma bela pista com oito fendas e muita velocidade. Os Força Livre usavam motores Mura e nós levamos vários deles. 

Um deles, como já contei, pertencia ao Alfonso e era um Bob Green de fio duplo que, em 9 minutos, descarregou a bateria da casa. Quebra de rolamentos, troca de motores e outros problemas naturais em corridas longas nos assolaram. Naquela época não se trocava um motor como hoje, em menos de 1 minuto; era uma longa e delicada operação.

Lembro-me, ainda, que fomos fazer mecânica no hotel em que estávamos hospedados e nem me dei conta que a corrente era 220 volts; liguei o potente ferro de solda que levei e, gritou o Menezes: “a mesinha está pegando fogo!”. O ferro ficara em brasa e o tampo da mesa de cabeceira ardeu.  Antes de sairmos do hotel, colocamos um catálogo de telefone em cima da mesinha sobre “aquele” local...


Na foto de cima, os carros de Força Livre que correram em Goiânia; na foto do meio, Menezes fazendo mecânica; embaixo, minha foto pilotando...

Enfrentamos uma série de problemas nessa corrida; a vistoria foi feita dentro do balcão da loja e o carro que entregamos montado e testado, voltou todo desmontado, com os rolamentos mexidos, coroa solta, etc; isso foi a primeira amostra do que encontraríamos ao longo da corrida. Uma viagem longa para enfrentar pilotos que não primavam pela correção.

Mas ficou o registro daquela viagem que enriqueceu-nos com os conhecimentos do que acontece em outra loja em outro Estado.

PONEI AUTORAMA
A loja de Petrópolis

Em nosso livro teci alguns comentários sobre o José Luis Milosky, dono da Pônei, de Petrópolis, o que foi alvo de reclamos por parte de seu filho.
Este afirmou que o Miloski fez muito pelo autorama; conseguiu muita coisa para o esporte; e não tinha “maus bofes” como eu comentei.
Prometi a ele que, quando fizesse uma atualização do nosso livro, ia levar em contra suas assertivas, o que faço agora.

Assim, ao tempo em que peço desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelas minhas opiniões sobre o Milosky, reafirmo que foram suas maneiras que afastaram os clientes da maravilhosa loja Pônei Autorama. Mas, ficam os registros de que o filho do José Luis reclamou e de que essa loja foi um marco no autorama.

Abaixo a foto da revistinha da Pônei.

Era isto que eu queria registrar atualizando o livro.

FIM

PS – Esta atualização não teria sido possível sem a ajuda do companheiro César Bastos, a quem agradeço.

 

 

 

 

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